Mudas sadias, essencial para o sucesso da atividade

MUDAS SADIAS, ESSENCIAL PARA O SUCESSO DA ATIVIDADE

O desenvolvimento de novas variedades de cana-de-açúcar, envolve um esforço contínuo por parte dos programas de melhoramento, e ter mudas sadias é essencial para produzir canaviais com alta produtividade.

Dando continuidade as lives desta quinta-feira (23) de junho, a engenheira agrônoma e pesquisadora Dra. Silvana Creste se juntou ao engenheiro agrônomo da Copercana, Gustavo Nogueira e o assistente técnico e responsável pelo viveiro mudas da Copercana, Amauri Ap Costa, para falar sobre “Mudas sadias de cana-de-açúcar: uma decisão estratégica para canaviais de alta produtividade”,  e dividir um pouco da sua experiência como pesquisa e como tecnologia com os trabalho que vem conduzindo no Centro de Cana.

Propagação vegetativa – De acordo com a pesquisadora, uma vez lançada uma variedade, diferente de outras culturas, será plantada uma vez, porém terá  ciclos sucessivos de colheita que pode variar de 5 – 8 anos. A vantagem é que ela permite a clonagem do material original e isso traz uma velocidade na propagação e permite escalar uma produção de mudas. “A propagação vegetativa é um processo de clonagem e, ao longo desse processo ela determina a transmissão de doenças sistêmicas que são transmitidas pelas mudas. Então sempre falo, se a mãe é doente, todos os filhos vão ser também”.

Dentre as principais doenças em cana-de-açúcar, Silvana destacou:
O Mosaico, que segundo ela tornou-se uma das doenças mais importantes de cana no mundo, devido a impossibilidade de recuperação de plantas infectadas pelas perdas na produtividade quando uma variedade é suscetível; O Amarelinho foliar; E chamou a atenção para uma doença silenciosa que é a Escaldadura das folhas e também citou o Raquitismo da soqueira. “Essa é a doença mais disseminada pelos canaviais do mundo todo e devido ao fato dela não possuir um sintoma específico, muitas vezes é negligenciada ou interpretada como deficiência nutricional e ela pode causar grandes perdas na produção e longevidade do canavial se infectar um material que seja suscetível”.

Na ocasião, a pesquisadora trouxe um panorama da incidência de raquitismo da soqueira e da escaldadura das folhas nos canaviais do Brasil.

Segundo ela, em 2021 – 42% das amostras que chegaram no Centro de Cana, na unidade laboratorial de referência  apresentaram contaminação com o raquitismo da soqueira. Enquanto que 24% apresentaram contaminação com escaldadura das folhas. “Quando consideramos a incidência de raquitismo e de escaldadura acima do limite de 5% que é avaliado como tolerável pra uso, vimos que em 2021 – 22% das amostras que chegaram estavam acima dos limites recomendados como uso para muda - isso para raquitismo, e 8% para escaldadura”.

Silvana ressaltou em sua apresentação que existe uma forma para recuperar o genótipo infectado. “A tecnologia baseia-se na micropropagação de plantas e possibilita a remoção de viroses e bacterioses sistêmicas, e tem sido relatada como estratégia essencial para agregação de valor e aumento da produtividade em culturas de propagação vegetativa como a cana-de-açúcar”.

Ela ainda chamou a atenção sobre um conceito que tem sido colocado de forma errônea de que a cultura de tecido por si só garante a sanidade. “Isso não é verdade. É um processo de clonagem, então se a mãe é doente, todos os filhos vão ser. Fazer cultura de tecido e não checar se a limpeza for efetiva, isso não garante sanidade. Uma vez feita a cultura de meristema, a tentativa de limpeza – é preciso realizar um teste de indexação, de checagem da eficiência dessa limpeza por laboratórios capazes de comprovar essa sanidade”.

Um conceito que foi registrado com o nome de “Invicta muda indexada”, foi apresentado pela pesquisadora. Trata-se de uma tecnologia de micropropagação de cana fundamentada na limpeza clonal e na pureza genética, com conceito de valor de semente de cana. “A proposta do Invicta é que ele tenha valor e potencial para produção de material de propagação e deve ser utilizado como base  para o fornecimento de material propagativo para os viveiros de multiplicação como os MPBs e todas as outras formas de propagação que temos de material de cana-de-açúcar”.  

Através dessa tecnologia apresentada, com um único meristema é possível produzir até 500 mil mudas em 9 meses; a produtividade tem sido considerada de três dígitos; e a longevidade do canavial tem sido projetada para pelo menos mais um ciclo.

Viveiro de produção de mudas da Copercana

Os profissionais da Copercana Gustavo Nogueira e Amauri Costa apresentaram na oportunidade do viveiro de mudas da Copercana que fica na Fazenda Santa Rita, sediado na cidade de Terra Roxa e ressaltaram toda a estrutura do local onde são produzidas as mudas e falaram também sobre os principais materiais e cultivo atualmente na fazenda Santa Rita – o que tem de melhor do IAC, da Ridesa, do CTC.

“Há 36 anos na fazenda Santa Rita são tomados todos os cuidados fitossanitários para a produção de mudas pra que possamos produzir mudas de qualidade e com sanidade, disse Nogueira.

Costa que trabalha no viveiro desde o início das atividades falou com propriedade dos trabalhos desenvolvidos no local “Desde o inicio sempre trabalhamos produzindo mudas de qualidades para os nossos cooperados. Hoje estamos com uma gama de 25 materiais entre clones e variedades comerciais que estão sendo observados. Materiais estes que já são consagrados”.

“Sabemos que o manejo varietal traz ganhos expressivos, você manejar corretamente uma variedade te traz ganhos; sabemos também que as variedades que temos disponíveis hoje no mercado alavancam a produção e a gente tem também total certeza de que novas variedades de cana são comprovadamente mais produtivas que as antigas. Mas o essencial é a qualidade e a sanidade da muda para o sucesso da atividade”, finalizou Nogueira.   

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