AS AGROTENDÊNCIAS NA VISÃO DE KELLEN SEVERO
Nesta quinta-feira a jornalista Kellen Severo, ao lado do diretor da Sicoob Cocred, Gabriel Pascon, realizaram uma importante live no sentido de mostrar quais são os assuntos macros mais importantes que podem afetar os resultados e operações dos produtores rurais.
O noticiário mais importante, segundo a jornalista, é o geopolítico, onde a guerra entre Rússia e Ucrância, que embora esteja controlada sob o ponto de vista dos impactos causados em diversos mercados globais no seu início, por não ter uma perspectiva de fim, não garante que novas oscilações, e alguns tsunamis, voltem a ocorrer.
Sobre a China, ela explicou como o conflito europeu foi positivo no sentido de estar muito próximo de se concretizar uma abertura maior do mercado para o milho brasileiro e também a tendência das operações dos dois países deixarem de serem feitas em dólar e passarem a utilizar o yuan.
Nesse caso, ela acredita que uma questão será a chave para determinar se a medida será positiva ou negativa, o fato do plano ser compulsório ou facultativo.
Ela ainda falou da situação tensa nas lavouras de grãos dos Estados Unidos, a Índia como um importante personagem global especialmente por sua economia crescer junto com sua população, hoje a maior do mundo, para concluir que cabe ao Brasil se manter numa posição de neutralidade frente aos diversos conflitos para não fechar mercados e com isso atrapalhar as exportações fundamentais para a continuidade do crescimento da produção agropecuária.
Outro assunto destacado foram as medidas relacionadas a uma agenda verde que pipocam no globo, as quais enxerga que hoje se trata de uma forma de protecionismo comercial, que o agro brasileiro é o personagem na mira, mas que em virtude de fatos como o congelamento de preços de alimentos na Europa em decorrência da um processo de inflação global, há um sério risco das legislações serem abandonadas.
Sobre o novo governo, ela acha que ele vai tentar se aproximar um pouco mais do agronegócio com um robusto plano safra, mas que em conversa com o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, sentiu uma insegurança no sentido dele garantir condições vantajosas, principalmente juros menores, para o médio e grande produtor.
A respeito do novo ministro do STF, Cristiano Zanin, ainda tenta desvendar qual será sua postura em relação às pautas mais relevantes para o agro do tribunal, dentre elas a questão do marco temporal das terra indígenas, a qual ela vê uma tendência dele seguir o perfil de voto muito parecido com o do Alexandre de Moraes, que foi contra o marco mas que os agricultores afetados fossem indenizados.
E lembrou apreensão do texto da reforma tributária que será apresentado ao congresso quanto a taxação da atividade agropecuária.
Por fim, lembrou que o processo de inovação através da criação de ferramentas tecnológicas é uma realidade, sendo a saída para os problemas vividos no campo com falta de mão-de-obra.
Dentre as perguntas, a que mais chamou a atenção foi quanto ao atraso na compra dos insumos que serão utilizados, principalmente, nas lavouras de grãos no segundo semestre em cerca de 20% se comparado com o ano passado.
Sobre o assunto ela disse que conversou com profissionais do setor de fertilizantes que manifestaram grande aflição em relação a um estrangulamento logístico, mas que percebe do setor produtivo que estão aguardando alguma queda ainda maior nos custos dos insumos e ganho do preço da soja em virtude da manutenção das condições de stress hídrico nos Estados Unidos, ou seja, há um grande risco para quem perder o tempo certo de ficar sem fertilizantes na hora certa.